sábado, 13 de dezembro de 2008

Assembléia Popular de Bebedouro

Sempre atentos aos processos políticos de nossa cidade, a Assembléia Popular de Bebedouro tomou conhecimento do envio à Câmara Municipal dos projetos que objetivam uma privatização disfarçada do SAAEB, e que no nosso entendimento privatização ou concessão são denominações diferentes, porém com conseqüências iguais para o bolso da população, a lógica do lucro tanto para empresas privadas ou empresas concessionárias é a mesma, vide as rodovias, que são concessões e que geram milhões de lucros por ano que saem dos nossos bolsos através dos pedágios. E como defensores dos interesses populares entramos em ação para evitar a aprovação de tais projetos.
Nossa posição contrária à privatização ou concessão deste bem público não significa que não somos a favor de resolver o problema do tratamento de esgoto em nossa cidade.
Sabemos das dificuldades econômicas e administrativas do SAAEB e da necessidade de melhorar e estender a todos no município o tratamento do esgoto, e que saneamento básico é uma das premissas para a população ter uma condição de vida melhor e uma cidade ambientalmente responsável.
Acreditamos em alternativas diferentes das propostas. A população de Bebedouro não é obrigada a pagar pela incompetência que se arrasta a vários governos de nossa cidade.
Mas também, temos consciência do peso negativo de uma privatização.
Após a enxurrada de privatizações na década de 90, onde setores vitais e essenciais do nosso país foram entregues à iniciativa privada, como a telefonia, a distribuição de energia, os bancos e rodovias, sem citar empresas como a Vale do Rio Doce. E agora o que miram é a água!O povo sabe muito bem o custo destas privatizações.
Será que as condições de vida do brasileiro, as porcentagens de crescimento do salário mínimo, após as privatizações, cresceram tanto quanto os lucros das empresas privadas? Será que essa relação é justa? Será que este crescimento beneficiou a maioria de nossa população?
Esse é o resultado das privatizações ou de uma concessão por 30 anos, uma empresa X controlará e construirá as redes de tratamento de esgoto em Bebedouro, mas para isso deverá lucrar milhões, que saíram dos nossos bolsos. Essa é a solução mais conveniente para o atual governo municipal.
As condições do tratamento de esgoto irão melhorar? Sim, mas qual será o preço desta melhora? Além de pagarmos pelo trabalho realizado, teremos também que bancar o lucro da empresa concessionária.
Serviços essenciais a população, como o tratamento de esgoto, devem ser de responsabilidade do poder público, essa é a função da prefeitura, cuidar daquilo que é de interesse da população, e não transferi-los à iniciativa privada, afinal é uma questão de lógica, aquilo que é público atende a todos e aquilo que é privado, que tem um dono, visa o lucro, o SAAEB tem um dono, e esse dono é a população de Bebedouro!
Os serviços realizados pelo SAAEB devem continuar públicos, atendendo diretamente os interesses da população e não de algumas empresas que estão esperando ansiosamente para assumir esse serviço e explorá-lo por 30 anos às nossas custas!
Que a Prefeitura resolva estes problemas de forma pública.
Devemos dar um basta e fazer valer os anseios da maioria, configurando uma sociedade mais justa.
Como forma de demonstrar estes interesses e anseios, um Abaixo Assinado foi recolhido em diversos pontos da cidade com aproximadamente 2000 assinaturas e que será entregue ao presidente desta sessão.
Finalizo dizendo que, se esta Casa, for de fato, a Casa do Povo, votará contra esses projetos.
E que esta mobilização em defesa dos interesses coletivos sirva de aviso ao próximo governo municipal, a população de Bebedouro não aceitará qualquer tipo de entrega do patrimônio público à iniciativa privada.


Bruno Bento, Téssio Bonafin

“Privatização disfarçada”

02/12/2008 - O professor de história Bruno Bento, membro da Assembléia Popular de Bebedouro, representou a população bebedourense ao fazer uso da Tribuna Livre, na segunda-feira (1º), atribuiu à incompetência política os problemas enfrentados pelo município na área de saneamento ambiental e denominou de “privatização disfarçada” a proposta do prefeito Hélio de Almeida Bastos (PMDB) de concessão para o tratamento de esgoto. Por cerca de 10 minutos, e com base num abaixo-assinado com 2 mil assinaturas colhidas por integrantes do movimento social Assembléia Popular contra a proposta, Bruno Bento não economizou nas críticas aos projetos de lei 118 e 119, rejeitados nesta segunda-feira pelos vereadores. O abaixo-assinado foi entregue ao presidente da Câmara, Edson Antonio Pereira (PTB), após seu pronunciamento na tribuna. “Privatização e concessão são denominações diferentes, porém com conseqüências iguais para o bolso da população”, disse o professor, segundo quem a lógica do lucro tanto para empresas privadas ou concessionárias é a mesma. Para exemplificar, ele citou as concessões de rodovias feitas em todo o Brasil, que estão resultando em grandes fortunas para as empresas concessionárias. Bruno Bento deixou claro que é favorável ao tratamento do esgoto, posicionamento este defendido pela Assembléia Popular, mas contrário à proposta de concessão. “A população de Bebedouro não é obrigada a pagar pela incompetência que se arrasta há vários governos de nossa cidade.”